segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Do Caminhão Para O TREM.

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Onze anos depois do concessionamento, as ferrovias de carga brasileiras melhoraram em quase todas as direções, menos uma: continuam excessivamente concentradas no transporte de granéis para exportação e deixam de lado o transporte de carga geral, que é o que interessa para a sociedade. Nota-se, no entanto, sinais claros de mudança. Existe forte disposição das operadoras de fazer crescer significativamente, já este ano, o transporte de contêineres. E existe a Log-In Logística Intermodal S.A., que se define como “a primeira e única empresa no Brasil, na área de logística, capaz de oferecer à sua empresa soluções integradas para a movimentação portuária e o transporte de contêineres porta-a-porta por meio marítimo ou ferroviário”.
Criada em maio de 2007, por decisão da Vale – que preferiu concentrar-se no core business dos granéis – a empresa tem uma vocação nitidamente ferroviária, como diz nesta entrevista seu presidente, Mauro Dias. Operando preferencialmente pela FCA (Mauro foi presidente da operadora), os contêineres da Log-In foram responsáveis, no ano passado, por 10% da produção da ferrovia. São plásticos e produtos químicos da Brasken e da Monsanto, autopeças da Ford e da Mitsubishi, produtos alimentícios da Nestlé, da Itambé e da Ambev, produtos de higiene da Kimberly Clark, da Ypê e da Unilever, arroz da Camil, produtos siderúrgicos da Gerdau e milhares de itens que, se não estivessem no trem, estariam nos caminhões, lotando nossas rodovias, poluindo o ar e provocando acidentes.
– A verdade é que o rodoviário sempre teve um custo que a sociedade toda pagou – diz Mauro. Engarrafamentos, acidentes, estrada esburacada, enfim. Só que hoje a sociedade está mais madura e não aceita como aceitava antes.
Mauro Dias é diretor-presidente e de Relações com Investidores da Log-In Logística Intermodal desde fevereiro de 2007. O executivo trabalhou durante 20 anos na Vale, onde assumiu diversos cargos na área logística, como diretor do departamento de Comercialização de Logística. Ele foi diretor-presidente da Navegação Vale do Rio Doce – Docenave (antecessora da Log-In). Ocupou ainda os cargos de presidente da ANTF e de diretor-presidente e de Relações com Investidores da FCA. Dias é graduado em engenharia mecânica e economia pela Universidade Federal do Espírito Santo, com MBA na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos EUA.


Fonte: Revista Ferroviária.

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